quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

canto sangue-bom de asa rimada


eu canto porque a canção é tudo
não sou alegre nem triste
num dia estou certo, noutro mudo
só o instante existe

desmorono se edifico
sinto gozo e tormento
não sei se fujo ou fico
passo dia, noite, vento

sei que o meu sangue
é quente, encarnado
meu lugar o mangue
o nunca encontrado

no vento eu nuvem
passo
canto a luz, na treva
desfaço

Um comentário:

Dalva M. Ferreira disse...

Absolutamente perfeito, querido! Mozartiano, se es que me entiendes.
(lembrou-me o "voi que sapete")